Falando em Público sem traumas
Graciela
Karman A quem sua frio, fica com a boca seca e
o estômago embrulhado à simples idéia de falar em público, talvez sirva de
consolo saber que esses sintomas são comuns a 85% dos mortais. A informação vem
de uma autoridade: Michael T. Motley, catedrático do departamento de retórica e
comunicação da Universidade da Califórnia, Davis. Ele acha a ansiedade
natural.” Em qualquer situação, o temor da avaliação ou a insegurança sobre
como agir desperta ansiedade”, pondera em Psychology Today. A não ser em casos
extremos, em que indivíduos são capazes de arruinar a própria carreira para não
se expor em público. E até esses podem mudar, nas mãos de terapeutas que lhes
ensinem relaxamento e técnicas para reverter o terror.
Resgatada a autoconfiança, os mesmo sintomas passam a ser interpretados pela
ex-vítima como sinais de que está emocionalmente apta a comunicar-se com o
público.
Nos casos menos graves, basta desfazer mal-entendidos, como a suposição de que
a platéia está sempre pronta a crucificar o orador ao menor deslize. Na
verdade, garante o professor Motley, as pessoas ficam muito mais concentradas
no conteúdo do discurso que nas habilidades do orador. E, esclarece, está
provado que sinais de ansiedade são muito menos perceptíveis do que o orador
julga. Para quem se dispõe a combater o medo de falar em público, ele dita
algumas regras fundamentais:* Defina
objetivos – Antes de mais nada, identifique um ou dois pontos que deseja
comunicar. Depois, pense na melhor maneira de obter impacto com eles.
* Ponha- no
lugar do público – Verifique as diferenças entre você e a maior parte do público quanto a
atitudes, interesses, familiaridade com o tema. Fale nos termos do público,
usando a linguagem dele.
* Não
decore, não leia – Exceto poucas pérolas criteriosamente escolhidas – frases memoráveis
ou exemplos que com certeza funcionam -, seja o mais espontâneo possível. Não
ensaie a ponto de dizer sempre as mesmas coisas da mesma forma. Para não se
desorganizar, use notas breves.
* Fale com
uma pessoa de cada vez – Embora pareça absurdo discursar para um só, olhar e fale para
indivíduos na platéia ajuda a manter a naturalidade. Fale com cada pessoa só o
tempo em que o contato for confortável – em geral, uns 15 segundos.
* Tente não
pensar em suas mãos e expressões faciais – Concentre-se no que deseja comunicar
e deixe a comunicação não verbal correr solta. Prestar atenção nos gestos gera
inibição ao constrangimento.
* Vá com
calma - Algumas pessoas no auditório podem
querer tomar notas. Colabore, indo devagar. Faça pausas. Guie o auditório
delineando os itens mais e os menos importantes. Lembre-se que seu objetivo é
ajudar o público a entender e não apresentar informações em tempo recorde.
* Fale de
modo habitual – Exprima-se como se estivesse dirigindo-se a alguém que respeita. Visar
a perfeição é pouco realista e só cria tensões. Ao auditório interessa o que –
e não como – o orador fala.
* Procure
conselhos e críticas – Para a maioria, um planejamento cuidadoso e um estilo informal
garantem uma boa exposição . Uns poucos oradores, no entanto, têm
peculiaridades que distraem o auditório. Solicite a crítica de alguém em que
confia e concentre-se naquilo que o desvia de seu objetivo. Em geral, basta
estar ciente do problema para corrigi-lo. Mas, se não bastar, procure um curso
ou um professor de oratória.
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