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Artigo 5º da Constituição Federal Art. 5º. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição; II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei; III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante; IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato; V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem; VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias; VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva; VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei; IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença;

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

A Teologia



 
 
Introdução   Afirmou Martinho Lutero, certa vez, que a Teologia consiste primacialmente em seu uso e prática, e não em sua especulação. Ele sabia muito bem que um movimento, como a Reforma Protestante, não pode ser deflagrada por meras incursões filosóficas nem por devaneios metafísicos. É algo que exige profunda experiência com o Cristo. O Dr. Lutero era um teólogo que, à semelhança de Enoque, andava com Deus. Daí o seu irresistível poder; daí a eficácia de sua obra.
   Se Lutero fez da Teologia Bíblica a fonte de suas inspirações e o pendão de suas reformas, o mesmo não se pode dizer daqueles monges e pensadores que, perdidos nos claustros, gastavam-se intentando harmonizar as Escrituras já com Platão, já com Aristóteles e já com Marco Aurélio e Epícteto. O que lograram alcançar? Algumas súmulas que, apesar de sua beleza e fecundidade, pouco fizeram pelo avanço do Reino de Deus. O Dr. Lutero porém acreditava que, de posse das Escrituras Sagradas, haveria de incendiar o mundo. E foi o que aconteceu. Ele abandonou o monastério para fazer do mundo a sua paróquia. A Teologia deixou de ser esotérica para fazer-se presente em cada compartimento do drama humano.
   Este é o valor da Teologia. Conforme veremos a seguir, ela não é nem a introdução nem o apêndice da Filosofia. É a ciência que, bem compreendida, levará o ser humano a aprofundar suas experiências com Deus.

1. TEOLOGIA, A RAINHA DAS CIÊNCIAS   Os primeiros a utilizarem-se do vocábulo Teologiaforam os gregos. A palavra já era bem conhecida nos tempos de Pitágoras - um dos primeiros e mais ilustres filósofos da Antiga Grécia. Aplicavam-na inicialmente aos escritos que versavam sobre os deuses. Acredita-se tenha sido Ferécides o primeiro a fazer uso da terminologia. Mais tarde, Aristóteles daria ao termo uma cunhagem mais científica. Em sua Filosofia Especulativa, a Teologia aparece como uma das divisões da Metafésica.
   No século XII, vamos encontrar Pedro Abelardo aplicando o vocábulo às discussões acerca da religião. Tendo em vista sua abrangência e visto ser ela necessária a todos os ramos de conhecimento, a Teologia passou a ser vista como a rainha das ciências. Ela suplanta inclusive a Filosofia que, no mundo grego-romano, reinava absoluta e inquestionavelmente. Se o máximo que a Filosofia logrou foi erigir um altar ao Deus desconhecido, a Teologia fez Deus conhecido, e mostrou ser possível reatar as relações entre o Criador e a criatura.

2. DEFINIÇÃO   A palavra Teologia é formada por dois vocábulos gregos: Theos, Deus + logia, estudo. Etimologicamente, Teologia significa estudo ou discurso racional sobre Deus.
   Com o passar dos tempos, a definição foi tornando-se mais específica. Samuel Wakefield assim a conceitua: "É aquela ciência que trata da existência, do caráter, e dos atributos de Deus". Já Charles Hodge escreve: "Teologia é a apresentação dos fatos da Escritura na sua ordem própria e em relação com os princípios ou verdades gerais envolvidas nos mesmos fatos que impregnam e harmonizam o todo". O ilustre metodista William Burton afirmou que a Teologia é "a ciência de Deus e das coisas Divinas, baseada na revelação feita ao ser humano por meio de Jesus Cristo e sistematicamente em seus vários aspectos no âmbito da Igreja Cristã".

3. AS DIVISÕES DA TEOLOGIA   A Teologia, como toda a ciência devidamente ordenada e metódica, também possui suas divisões. Tradicionalmente, vem ela sendo disposta em quatro partes distintas mas intimamente interligadas: Teologia Sistemática, Teologia Bíblica, Teologia Histórica e Teologia Prática.

3.1. Teologia Sistemática   É a apresentação das verdades encontradas na Bíblia Sagrada acerca do Único e Verdadeiro Deus e de seu amoroso e redentivo relacionamento com a humanidade, num sistema que prime pela ordenação, método e lógica. Além de sua matéria-prima, que é a Palavra de Deus, a Teologia Sistemática lança mão dos recursos de outras ciências na elaboração e construção de seu arcabouço: Filosofia, História, Psicologia, Ética, etc.
   O objetivo da Teologia Sistemática é facilitar a compreensão e promover a aplicação prática das doutrinas que se encontram nas Sagradas Escrituras.
   Via de regra, a Teologia Sistemática subdivide-se em ética, dogmática e polêmica.

3.2. Teologia Bíblica   É a apresentação das verdades como se encontram na Bíblia Sagrada. Seu objetivo é descobrir o que realmente disseram os profetas, os apóstolos e o Senhor Jesus Cristo.
   A Teologia Bíblica divide-se em Teologia do Antigo Testamento e Teologia do Novo Testamento.

3.3. Teologia Histórica   É a apresentação cronológica das verdades bíblicas, visando mostrar o seu desenvolvimento progressivo e a sua influência sobre as duas comunidades de fé das Sagradas Escrituras: Israel e a Igreja.
   A Teologia Histórica visa ainda comparar os diversos credos, artigos de fé e dogmáticos da Igreja Cristã para aferir suas diferenças, buscando sempre sua harmonia com a Palavra de Deus.

3.4. Teologia Prática   É a parte da Teologia que tem por objetivo induzir o crente a aplicar, em seu viver diário, os princípios que se encontram nas Sagradas Escrituras.
   A fim de lograr seus intentos, a Teologia Prática utiliza-se da Homilética e da Teologia Pastoral.

4. AS BASES DA TEOLOGIA   Segundo o cético Renan, a Teologia é uma construção do século XIII, e assemelha-se a uma catedral gótica: tem-lhe toda a grandeza, os vazios imensos e a pouca solidez. Se o pensador francês, contudo, tivesse intimidade com as Sagradas Escrituras, aperceber-se-ia que a melhor imagem da Teologia foi aquela feita pelo salmista - a Cidade Santa. Jerusalém é a figura que melhor se quadra à Teologia Bíblica, pois edificada com toda a solidez (Sl 122.1) "Fiquei alegre quando me disseram: `vamos à casa de Deus, o SENHOR` ". É para esta cidade que sobem os peregrinos do Senhor Jesus para adorá-Lo na beleza de sua santidade. Misturam-se aí devoção e conhecimento num culto que nos torna propício àquEle que é a mesma sabedoria.
   Na Teologia não há vazios; há revelações. Imensidões, sim; vazios, jamais. Mistérios, infinitos; vazios, nunca. É por isso que a Teologia é considerada a rainha das ciências.
   Estas são as principais bases da Teologia:

4.1. Deus existe e mantém um firme relacionamento com o Universo   Segundo professam os deístas, o Todo-Poderoso limitou-se a criar o Universo, mas não mantém com este qualquer relacionamento. O teísmo bíblico, porém, afirma com toda a clareza que Deus não somente criou como também preserva o Universo, e com a sua criação cultiva um amoroso e redentivo relacionamento.

4.2. O ser humano tem capacidade para conhecer a Deus   Apesar de nossas exigüidades e limitações, dotou-nos o Senhor de recursos cognoscitivos e lógicos que nos levam a cogitar da realidade do Ser Supremo. E o que é mais importante: a conhecê-Lo experimental e redentivamente. É claro que nenhum ser humano, por mais culto e ilustrado, jamais poderá aprender a infinitude e a essência Divina. Contudo, todos podemos vir a experimentar o seu oferecimento gracioso através do Senhor Jesus Cristo. Até os mesmos deficientes mentais podem atinar com o conhecimento divino: "Haverá ali uma estrada que será chamada de `Caminho da Santidade`. Nela, não caminharão os impuros, pois ela pertence somente ao povo de Deus. Até os tolos andarão nela e não se perderão" (Is 35.8).

4.3. Deus tem providenciado meios através dos quais o ser humano pode vir a conhecê-Lo   Como vimos no item anterior, não é impossível ao ser humano conhecer experimental e redentivamente a Deus. Afinal, Ele mesmo criou-nos com tais possibilidades. O sábio O entendeu muito bem: "Deus marcou o tempo certo para cada coisa. Ele nos deu o desejo de entender as coisas que já aconteceram e as que ainda vão acontecer, porém não nos deixa compreender completamente o que Ele faz" (Ec 3.11).

5. AS FONTES DA TEOLOGIA   À semelhança das demais ciências, possui a Teologia as suas fontes, sem as quais não poderia sedimentar suas declarações e artigos. Suas principais fontes são:

5.1. A Bíblia Sagrada   Como a ciência da única e verdadeira religião, a Teologia tem como fonte primária a Bíblia Sagrada. É na imutável e soberana Palavra de Deus que a Teologia vai buscar toda a sua autoridade. E todo o material que apresenta é extraído necessariamente da Bíblia; sua matéria-prima é a revelação Divina.
   Ao seu jovem discípulo Timóteo, fala o apóstolo Paulo acerca da importância e da autoridade da Palavra de Deus como a fonte primária de todo o arcabouço doutrinário cristão: "Pois toda a Escritura Sagrada é inspirada por Deus e é útil para ensinar a verdade, condenar o erro, corrigir as faltas e ensinar a maneira certa de viver. E isso para que o servo de Deus esteja completamente preparado e pronto para fazer todo tipo de boas ações" (2 Tm 3.16,17).

5.2. A Consciência   Sendo a voz secreta que o Senhor calou-nos na alma, e que está sempre a aprovar-nos ou a reprovar-nos, lembrando-nos sempre de que há im Deus nos céus a quem um dia seremos chamados a prestar contas, pode a consciência ser considerada uma das fontes primárias da Teologia. Aos romanos, o apóstolo Paulo discorreu acerca da função da consciência: "Porque as pessoas que Deus aceita não são aquelas que somente ouvem a lei, mas aquelas que fazem o que a lei manda. Os não-judeus não têm a lei. Mas, quando fazem pela sua própria vontade o que a lei manda, eles são a sua própria lei, embora não tenham a lei. Eles mostram, pela sua maneira de agir, que têm a lei escrita no seu sentimento. A própria consciência deles mostra que isso é verdade, e os seus pensamentos, que às vezes os acusam e às vezes os defendem, também mostram isso. E, de acordo com o evangelho que eu anuncio, assim será naquele dia em que Deus, por meio de Jesus Cristo, julgará os pensamentos secretos de todas as pessoas" (Rm 2.13-16).
   Não há pensador que possa contradizer o apóstolo Paulo. O filósofo alemão Immanuel Kant afirmou que a consciência é um instinto que faz com que nos julgamentos à luz das leis morais. Já L. Bottach declarou mui acertadamente: "Quando o ser humano consulta a razão, escuta a ciência; quando consulta a emoção (o sentimento), escuta a virtude; quando consulta a consciência (alma), escuta a Deus".
   A consciência, conquanto indispensável, é falha; pode ser cauterizada. Acerca da fragilidade da consciência, escreveu Jaime Balmes: "A consciência é uma âncora, não um farol; basta para evitar o naufrágio da inteligência, mas não para indicar-lhe a rota". Por isso, carece ela de ser calibrada constamente pelas Sagradas Escrituras.

5.3. Natureza   Filosoficamente a natureza pode ser definida como a força ativa que estabeleceu e preserva a ordem natural de tudo quanto existe no Universo. Esta definição, contudo, pode fazer da natureza uma divindade em si mesma. Tem-se a impressão de que ela pensa, age, cria, preserva e intervém no Universo. Ou seja: é um ser absoluto; ao invés de criatura, criadora.
   A Bíblia não a vê assim. Ela é apresentada como tendo sido criada por Deus e por Ele vem sendo preservada. As pessoas que buscavam adorar mais a criatura (natureza) que o Criador (Deus), advertiu o apóstolo Paulo: "Do céu Deus revela a sua ira contra todos os pecados e todas as maldades das pessoas que, por meio das suas más ações, não deixaram que os outros conheçam a verdade a respeito de Deus. Deus castiga essas pessoas porque o que se pode conhecer a respeito de Deus está bem claro para elas, pois foi o próprio Deus que lhes mostrou isso. Desde que Deus criou o mundo, as suas qualidades invisíveis, isto é, o seu poder eterno e a sua natureza divina, têm sido vistas claramente. Os seres humanos podem ver tudo isso nas coisas que Deus tem feito e, portanto, eles não têm desculpa nenhuma. Eles sabem quem Deus é, mas não Lhe dão a glória que Ele merece e não Lhe são agradecidos. Pelo contrário, os seus pensamentos se tornaram tolos, e a sua mente vazia está coberta de escuridão".
   O que Paulo quis deixar bem claro aos não-judeus era que, embora não possuíssem eles a Lei e os Profetas, poderiam, através da observação das coisas criadas, ter chegado à conclusão de que a existência do Único e Verdadeiro Deus é uma realidade. Ao invés disso, porém, resolveram divinizar a criatura e desprezar o Criador. Um pensador francês louvava a Deus por sua criação, mas reconhecia ter esta muitas limitações: "A natureza tem perfeições pelas quais demonstra ser imagem de Deus, e efeitos pelos quais demonstra que dEle é apenas a imagem..."
   Sendo a natureza portadora de uma linguagem tão eloqüente, é tida como uma das fontes da Teologia; Deus a utiliza para revelar-Se ao ser humano. Todavia, é insuficiente para demonstrar todas as reivindicações do Único e Verdadeiro Deus. Faz-se necessário recorrer às Sagradas Escrituras, fonte de toda a verdade e perfeições.

5.4. A experiência   A experiência religiosa é uma das mais expressivas fontes da Teologia; demonstra que é possível ao ser humano relacionar-se com Deus. Tanto no Antigo quanto no Novo Testamento, os santos porfiavam por esta experiência; seus espíritos ansiavam por Deus. Davi chegou a comparar: "Assim como o corço deseja as águas do ribeirão, assim também eu quero estar na tua presença, ó Deus!" (Sl 42.1). E o que dizer de Isaías ao contemplar o alto e sublime trono? Ou Jeremias a desfazer-se em lamentações pela intervenção Divina?
   Todos os santos tiveram uma profunda e marcante experiência com Jeová, e sobre ela assentaram as bases de sua teologia. Através da experiência, concluímos: a ciência que discorre acerca de Deus e de suas relações com o Universo não é somente válida; é relevantemente transformadora.
   O Cristianismo não é teórico; é antes de tudo experimental. Leva-nos a entrar em contato com o único e Verdadeiro Deus através de Jesus. É por isso mesmo que necessitamos de uma doutrina metódica e ordenada, que nos leve a conhecer sempre mais o Redentor.

6. RESUMO HISTÓRICO DA TEOLOGIA   Para que lográssemos alcançar o atual estádio de sistematização da Doutrina Cristã, fez-se mister que muitos doutores e mestres se empenhassem nesta lida e se sacrificassem por este ministério. Desde os pais da Igreja aos teólogos e mestres atuais, muito chão foi palmilhado; muito mistério, percorrido. Eles não se limitaram a fazer a história da Teologia; participaram do relato heróico e triunfal da fé que, uma vez por todas, foi confiada aos santos.

6.1. O Período Primitivo   Em conceqüência das perseguições deflagradas contra a Igreja, os teólogos e doutores dos primeiros séculos mui pouco puderam fazer para erigir num sistema as verdades cistãs. Alguns deles, como Tertuliano e Justino, o Mártir, ocuparam-se em fazer a apologia dos cristãos ante as autoridades de Roma.
   Além de auxiliarem a Igreja a superar os traumas dos constantes martírios, tiveram de lutar contra o paganismo e as heresias. Mas nem por isso deixaram eles de produzir obras de excelência.
   A primeira tentativa de se sitematizar a Doutrina Cristã foi empreendida por Orígenes (185-254) em seus Princípios Introdutórios. Depois, veio Agostinho (354-430). Embora suas obras não constituam um sistema rigoroso, são um edifício devocional de tal monta que, passados todos esses séculos, ainda nos alimentam o espírito.
   O sistema mais completo do período foi erigido por João Damasceno (700-760). O seu Sumário de Fé Ortodoxa é considerado a primeira Teologia Sistemática propriamente dita. Damasceno é o maior teólogo da Igreja Católica Grega.

6.2. Idade Média   Passar-se-iam mais sete séculos até que a doutrina cristã começasse a ser devidamente sistematizada. A tarefa prosseguiria com os escolásticos. Utilizando-se dos princípios cultivados por Aristóteles, foram erguendo com paciente meticulosidade o edifício da Dogmática Cristã. Destacam-se neste período os nomes de Anselmo, Abelardo, Pedro Lombardo e Tomás de Aquino.
   Em seus Quatro Livros, Pedro Lombardo cita metódica e persistentemente os escritos de Agostinho e de outros grandes teólogos. A obra foi usada como livro-texto por mais de 500 anos. Mas foi com Tomás de Aquino que a Teologia Escolástica alcançou o apogeu. A Suma Teológica, um dos maiores monumentos da Doutrina Cristã, seria adotada como o pensamento oficial da Igreja Católica. Morto embora aos 50 anos, Aquino deixou uma obra inigualável tanto no campo da Teologia quanto no da Filosofia.

6.3. Período da Reforma   Marcada por controvérsias e grandes disputas, esta época viu surgir dois grandes sistemas teológicos. Se os católicos optaram pela Suma Teológica de Aquino, os protestantes resolveram adotar o Credo de Nicéia e a doutrina de Agostinho referente ao pecado e a graça. Rejeitando a autoridade das tradições, elegeram a Bíblia como a sua única regra de fé e conduta.
   Um dos maiores teólogos do período foi Filipe Melanchton. Sua Loci Communes, publicada em 1521, teve tamanho sucesso que, ainda no período de vida do autor, alcançaria ela oitenta edições. A obra porém que mais se destacou foram as Institutas da Religião Cristã de João Calvino. Publicada em 1536, é essencialmente trinitariana e procura ressaltar a soberania de Deus. É um dos livros de maior influência na história da Igreja Cristã.
   Entre os católicos, o teólogo de maior relevância foi Belarmindo (1521-1542). Notável escritor e consumado artista da palavra, obras de inigualável valor tanto doutrinário quanto estilístico.

6.4. Período Confessional   Este período, que abrange os séculos XVII e XVIII, marca o aparecimento de grandes sistemas teológicos e admiráveis dogmáticas. Os escolásticos protestantes, seguindo os católicos medievos, empenharam-se ao máximo em apresentar um completo ordenamento das doutrinas da Reforma Protestante a fim de que a Igreja se mantivesse imune às influências romanistas.
   Não obstante, faltou muito pouco para que os herdeiros espirituais de Lutero não substituíssem a Bíblia por tradições meramente humanas. Corria-se o risco de se considerar os credos e artigos de fé luteranas e calvinistas como superiores à Palavra de Deus.

6.5. Período Moderno   As Teologias Sistemáticas, como hoje as conhecemos, começaram a surgir a partir de 1800. Elas são produzidas por várias escolas: a) Escola de Schleiermacher - enfatiza a consciência como o fator predominante da fé cristã; b) Escola Racionalista - coloca a ênfase sobre a razão; foi profundamente influênciada pelos alemães; c) Escola de Mediação - essencilmente evangélica, procurava adequar-se aos tempos modernos; d) Escola de Rischl - além de aceitar o Cristo histórico, reconhecia a Bíblia apenas como um mero registro da revelação.
   A Igreja Metodista passou a elaborar suas doutrinas a partir dos escritos de John Wesley. Os calvinistas foram representados por Jonathan Edwards, Timóteo Dwight e Finney. Os Batistas, por seu turno, teriam em Strong o seu mais ilustre representante. Aliás, sua Teologia Sistemáticacontinua a ser a melhor já produzida. Entre os pentecostais, podemos destacar Myer Pearlman e Stanley Horton. Estes aliás, vem sendo considerado um dos maiores pensadores cristãos da atualidade.

CONCLUSÃO   Com o seu Discionário Teológico, Claudionor Corrêa de Andrade, acredita estar contribuindo, ainda que modestamente, para o estudo relevante da Doutrina Cristã. Embora não seja uma Teologia Sistemática, busca ser lógico e preciso em suas definições. É claro que nem sempre logramos alcançar este objetivo. De uma coisa, porém, ele está consciente: procurou fazer o melhor para que o nome de Deus fosse em tudo glorificado.
   Se algum conselho ele diz: me é permitido aqui deixar é que, em todo o estudo teológico, devemos munir-nos de um espírito profundamente piedoso, humilde e reverente para lograr compreender os mistérios divinos. Não se pode estudar Teologia como se estuda Filosofia ou qualquer outra ciência. Se estas são aprendidas através da luz natural da razão, aquela haverá de ser buscada com a iluminação que desce do Pai das Luzes (Deus). Se amamos a Deus, interessar-nos-emos sinceramente pelo estudo de sua Palavra. Pois o teólogo é, acima de tudo, alguém que profunda e intimamente ama a Palavra de Deus.

Fonte: Dicionário Teológico de Claudionor Corrêa de Andrade - CPAD, grifo nosso....aguarde... 
 
 

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