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segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

A Contemporaneidade na Pregação Apostólica



Quando pensamos em pregação apostólica, tendo por fonte de pesquisa o Novo Testamento, ficamos restritos a dois expoentes na pregação da Igreja Primitiva: Pedro e Paulo. O primeiro muito mais pelo sermão pregado no Pentecostes (Atos capítulo 2) e o sermão incompleto pregado na casa de Cornélio (Atos capítulo 10). Com relação a Paulo, temos os sermões transcritos em Atos, o primeiro na sinagoga de Antioquia da Psídia (capítulo 13), o segundo no Areópago, em Atenas (capítulo 17) , o terceiro em Mileto, aos anciãos da Igreja em Éfeso (capítulo 20) , o quarto ao povo judeu irado, em Jerusalém, o que na verdade não pode ser considerado um sermão, mas um testemunho pessoal (capítulo 22) e o derradeiro na presença do rei Agripa (capítulo 26). Além disso, as treze epístolas atribuídas à autoria paulina igualmente podem nos auxiliar neste intento.
Quanto à pregação de Pedro, pouco podemos analisar face a falta de esboços. Entretanto, podemos assegurar que atingiu em cheio o objetivo da pregação pela resposta dada pela população, conforme nos assevera a Bíblia, quando quase três mil almas se converteram seguida pela mesma resposta na casa do oficial romano.
Sabemos ser improvável que Lucas tenha registrado as palavras exatas de Pedro, mas, certamente, registrou a essência do sermão pregado pelo apóstolo. Tal sermão visou provar tanto pela profecia de Joel como pelo salmo de Davi que Jesus era verdadeiramente o Messias, e que este ressuscitara dentre os mortos. Tão bem sucedido foi o pregador que os ouvintes o inquiriram acerca de que atitude deveriam tomar.
Podemos afirmar que Pedro utilizou-se exatamente das ferramentas adequadas para tratar com israelitas de diversas nacionalidades: ele os chama "israelitas" e não judeus, justamente porque a segunda forma de tratamento pressupunha que habitavam em Judá; além disso utiliza argumentação puramente veterotestamentária para persuadi-los.
Outro fato a destacar é que o próprio Espírito Santo cooperou para que não houvessem barreiras na comunicação da Verdade, pois Ele deu a cada israelita estrangeiro a oportunidade de ouvir na sua própria língua o testemunho dos discípulos. No envio de Pedro à casa de Cornélio, por obra do Espírito - que convenceu o apóstolo reticente e lhe possibilitou compreender que o Evangelho era igualmente destinado aos gentios - encontramos outro exemplo de que o próprio Espírito Santo ensina o caminho da contextualização.
O material acerca da pregação do apóstolo Paulo é muito mais farto, justamente por que o livro de Atos lhe dá especial destaque. Além disso temos toda a sua produção literária constituída por suas epístolas que muito nos podem auxiliar na averiguação do estilo de pregação do apóstolo. C. H. Dodd ressalta a riqueza de informações que o Novo Testamento nos apresenta acerca de Paulo e, com base nestas informações, enaltece a inteligência e a versatilidade da pregação do apóstolo.
As cartas de Paulo são intensamente vivas - vivas como poucos documentos chegados até nós de tão remota antiguidade. Elas nos dão não um mero esquema de pensamento, mas um homem vivo. Era uma pessoa de extraordinária versatilidade e variedade.(...) Era igualmente alguém capaz de aplicar a fria crítica da razão aos seus próprios sonhos, e de julgar com sereno equilíbrio o valor verdadeiro dos fenômenos anormais da religião. (...) O seu pensamento é forte e sublime, mais aventuroso que sistemático. Possuía uma inteligência colhedora e uma faculdade de assimilar e usar as idéias dos outros, o que é um grande atributo para quem tenha uma nova mensagem para propagar; sabia pensar nos termos das outras pessoas.
É justamente esta habilidade última observada por Dodd, de que Paulo sabia pensar nos termos das outras pessoas, que ressalta a contemporaneidade de sua pregação.
No congresso realizado na cidade suíça de Lausanne, em 1974, o missiólogo Michael Green asseverou dentre várias características da evangelização por parte da Igreja Apostólica, que esta era flexível em sua mensagem. Para ele aquela Igreja adaptava-se ao público e às circunstâncias, de acordo com a necessidade do momento, com a cultura, o lugar, o povo. Esta flexibilidade é característica na pregação do apóstolo Paulo.
Especificamente acerca da pregação do apóstolo Paulo, o Dr. Shepard enaltece sua personalidade e a capacidade de adaptar-se às circunstâncias, classificando-o como "o maior dos pregadores, exceto Cristo".
Foi uma personalidade altamente enriquecida, tanto dos dons hereditários como de educação aprimorada. Nos seus discursos, às vezes, a veemência da natureza corre como o rio, avolumado por chuvas torrenciais; às vezes aparece tão terna e mansa a sua palavra como o amor de mãe. O seu fim no trabalho foi a edificação do caráter cristão. A sua habilidade de adaptar-se às circunstâncias do seu ministério parecia infinita. Os seus sermões eram a lógica personificada, uma correnteza de argumento e apelo que levava tudo de vencida, na sua força irresistível. (...) Majestoso pelo seu intelecto estupendo, versatilíssimo, poderoso no uso da palavra, incansável, infinito em adaptabilidade, esse gênio natural, reforçado pelo preparo mais completo, entregue nas mãos de Deus, representa nas cenas da história o papel de verdadeiro gigante espiritual proeminente na lista dos heróis da fé...
Assim, não resta dúvidas de que um dos pontos altos da pregação de Paulo era sua habilidade em contextualizar-se para alcançar a relevância junto a seus ouvintes. Podemos ainda destacar com relação à pregação apostólica registrada no Novo Testamento, que era essencialmente bíblica, referindo-se fartamente a textos do Antigo Testamento, que era Cristocêntrica, pois a cruz de Cristo era o ponto central, além de flexível em sua forma.
Sendo bíblica e contextualizada, a pregação apostólica nos serve de modelo pois, é justamente este binômio que entendemos ser fundamental à pregação eficiente.
A flexibilidade da mensagem se expressa muito bem também nos sermões pregados por Pedro, Estevão, além dos pregados por Paulo em Atos e nas cartas endereçadas às várias Igrejas. Aos judeus o tema da mensagem foi "Jesus o Messias e o Servo Sofredor", isto claramente posto na pregação de Pedro no Pentecostes e no discurso de Estevão. Aos romanos a temática foi a "justificação e o senhorio de Cristo", conforme bem podemos perceber na epístola aos Romanos; e aos gregos o tema da pregação foi "a ressurreição dos mortos " e "O Logos de Deus".
Isto também é observado por Orlando Costas, ao afirmar que todo pregador necessita ter em conta a cultura de seus ouvintes se é que deseja comunicar-se eficazmente. Ele nota nos pregadores bíblicos a capacidade de refletir profundamente sobre a cultura de seu tempo e cita como exemplos os apóstolos Paulo e João:
Paulo se acerca dos filósofos estóicos em Atenas fazendo uso das próprias categorias deles, lhes fala do deus desconhecido e capta sua atenção. Daí passa ao problema básico dos gregos: a ressurreição dos mortos, e especificamente, a ressurreição de Cristo (Atos 17). João toma emprestado um termo da filosofia clássica grega (logos) para comunicar a fé cristã, usando, pois, os símbolos característicos de sua cultura, e expõe ante seu mundo a mensagem cristã. Desta forma, o Novo Testamento nos oferece elementos para dizermos que a Igreja Primitiva cumpria seu papel de pregação da Palavra eficientemente, porque era bíblica e, ao mesmo tempo, flexibilizava a mensagem, levando em conta a realidade dos ouvintes.

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